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quarta-feira, 2 de março de 2011

O encontro do Mini-Dacon 828 e o Smart


Uma das matérias que mais me diverti fazendo foi uma que eu comparei sem comparar (deu para entender?) o Smart ForTwo e Mini-Dacon 828, de propriedade do Paulo Goulart - um apaixonado e conhecedor de carros antigos. A curiosidade foi colocar lado a lado dois veículos com mais de 20 anos de diferença que apresentam semelhanças que vão muito além do tamanho. E a parte mais divertida ficou por conta de dirigir os dois carrinhos pelas ruas da mini cidade da Escola Parque do Conhecimento de Santo André.

A ideia de colocar os dois 'simpáticos' neste cenário foi da fotógrafa Andréia Iseki, aqui do Diário do Grande ABC. As fotos também são dela.


Não. Definitivamente não se trata de um comparativo! Não colocaríamos frente a frente dois veículos com exatos 25 anos de diferença. No entanto, caso tivessem a mesma idade, Smart Fortwo (2009) e Mini-Dacon 828 (1984) poderiam travar um duelo interesantísi- mo por apresentarem diversas características em comum. E não estamos falando somente do ta- manho, mecânica ou mesmo design, mas também de detalhes que vão além de uma ficha técnica.

A primeira semelhança é a simpatia. Não existe uma pessoa que não se encante com os carri- nhos. Nas calçadas, os pedestres apontam, cutucam o amigo ao lado, abrem um sorriso. Nos semá- foros, motoristas emparelham os carros, esticam o pescoço e tentam bisbilhotar. Às vezes, dirigin- do-os, nos sentimos celebridades, apesar de figurarmos apenas entre os coadjuvantes.

Outra afinidade entre Smart e 828 é o valor agregado. A imagem que transmitem. Quando lan- çado, o Dacon, devido à produção semiartesanal, custava muito caro. Demorava-se cerca de dois meses para fazer uma só unidade. Por isso, as pessoas que o possuíam eram, sem dúvida, bem-su- cedidas. O Smart, aqui no Brasil, parte de R$ 57,6 mil, e, assim como o 828, exala status. O mes- mo, porém, não ocorre na Europa, onde ter um Smart é estar em sintonia com o meio ambiente.

Agora, o Diário convida a conhecer melhor cada um desses pequeninos. E para que eles os car- ros não se sentissem diminuídos diante dos arranha-céus do Grande ABC, nós os levamos à Sabi- na Escola Parque do Conhecimento de Santo André, onde puderam dar algumas voltinhas na mi- nicidade andreense e conhecer a Prefeitura, o Teatro Municipal, o calçadão da Oliveira Lima...

Não parece, mas é espaçoso (Smart) - Econômico, prático e ecologicamente correto. Assim surgiu o carro da Smart na Europa, em 1998. Diferente do restante, com propostas ousadas e até então pouco difundidas, a marca cresceu e ganhou notoriedade, especialmente com o Fortwo.

Importado oficialmente para o Brasil pela MercedesBenz, detentora da Smart, o carrinho é um conquistador. Não barato, mas caro. A versão cupê, avaliada pelo Diário, parte de R$ 57,9 mil.

O design chama a atenção. Para falar a verdade, é o grande atributo do pequenino. A dianteira trazconjunto óptico que invade a lateral. Olhando de lado, a estrutura em forma de bumerangue em cor diferenciada e a dimensão das portas impressionam. A maçaneta, por exemplo, fica localizada muito próximo à traseira, afinal, são somente 2,69 m de comprimento 1,87 m de distância entre os eixos.

A traseira é simples. Destaquepara as lanternasarredondadas. Oteto,por fim, encanta por ser panorâmico.

O interior é exclusivo, único e com bom acabamento. O conta-giros e o relógio analógicos estão localizados na parte superior do painel. O painel de instrumentos tem velocímetro grande e leitor digital.

O espaço é excelente lembrando que o Fortwo não é pequeno, mas feito para dois ocupantes. Mesmo as pessoas com mais de 1,80 m sentem-se bastante confortáveis.

Entre os itens de série, destaque para o ar-condicionado automático, direção com assistência elétrica, freios com ABS, rodas de liga leve 15 polegadas, airbag duplo frontal e lateral, entre outros.

Andando, o Smart agrada. O motor 1.0 12V turbo é esperto. Também, são 12,2 mkgf de torque empurrando só 770 quilos. E o consumo surpreende: 15,6 km/l na cidade!

O ponto negativo fica para a transmissão automatizada de cinco velocidades, com opção de trocas pela alavanca ou borboletas atrás do volante. As mudanças são lentas, o que gera grande desconforto.

Conclusão: O Smart Fortwo é bastante divertido. No entanto, pelo preço, talvez esteja somente entre a terceira ou quarta opção de um comprador muito bemsucedido.

Relíquia a ser preservada (Dacon) - Nascido no início da década de 1980 de uma par- ceria entre o pro- prietário da Da- con, Paulo Gou- lart, e o designer automotivo Aní- sio Campos, o Mi- ni-Dacon 828 teve uma trajetória me- teórica, mas suficiente para colecionar diversos admira- dores por todo o Brasil.

Um desses fanáticos pelo carrinho é João Batista San- chez, morador de Santo An- dré e proprietário de um 828 amarelo 1984 original. "Este é o número 36 dos 47 Dacons produzidos. A cor original era vermelha", re- vela orgulhoso o dono da re- líquia.

Adquirido em outubro de 2001, após longa negocia- ção com o ex-proprietário, o pequeno chegou ao Gran- de ABC totalmente destruí- do. "Ele (Mini-Dacon) era usado como buggy nas du- nas de Belém do Pará. Tirei um balde emeio de areia de- le", lembra.

"Para você ter uma ideia do estado deplorável do car- ro, quando o levei para ca- sa, após tirá-lo do caminhão que o trouxe, percebi que não tinha freio. Quase bati".

Do 828 que era judiado no norte do País, somente chassis, bolha e a transmis- são de quatro marchas fo- ram aproveitados. O resto foi tudo trocado. "Comprei um motor Volks 1.600 novi- nho, como o original".

As lanternas traseiras são de Kombi, mas usadas na horizontal. Na dianteira, os piscas também são da pe- rua Volks, masos faróis as- sim como os retrovisores externos são do Passat. Até um para-brisa teve que ser substituído.

Internamente, algumas coisas foram modificadas e melhoradas. O painel é do Gol quadradinho. As maça- netas das portas e o freio de mão são do Corcel I.

A parte de tapeçaria é a única que não seguiu à ris- ca os padrões Dacon. "O banco para três pessoas era desconfortável. Preferi usar dois bancos (revesti- dos em couro) do Corsa", detalha. "E todo o design foi desenvolvido pelo Danilo, meu filho", completa o pai, todo sorridente.

Rodando, Sanchez revela algumas particularidades. "Gosto de viajar, junto com aminha esposa,para São Jo- sé dos Campos (SP). Ele vai bem.É confortável, Tem mo- tor, mas não tem aerodinâ- mica. Vou a uma média de 100 km/h. Mais que isso é perigoso", alerta.

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