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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Smart Fortwo mhd: popular dos ricos


Ter um mini-carro como o Smart Fortwo para descolamentos em cidades grandes é um alento. Ele é ágil no trânsito, cabe em qualquer vaga e seu consumo de gasolina faz donos de populares 1.0 flex lamentarem por seus carros ultrapassados. O brasileiro ainda compra esse tipo de veículo por mais um motivo, que no exterior, porém, não faz tanta diferença: o modelo é diferenciado e chama muita atenção, seja dia ou noite, faça chuva ou faça sol. Vamos então nos “exibir” com Fortwo mhd e driblar o rush.

A sigla que acompanha o nome dessa versão abrevia o termo “Micro Hybrid Drive”, algo como “Condução Micro Híbrida”. Os mais apressados já devem ter perguntado – “desde quando o smart é um híbrido?”. Ele não é, mas há uma explicação. Nessa opção, o carrinho traz o sistema Stop/Start, que desliga o motor quando o carro circula a menos de 8 km/h até parar, e volta a ligá-lo assim que o pedal do freio é aliviado. Em outras palavras, é como se fosse um híbrido movido a gasolina e por embalo. Automóveis híbridos convencionais unem motores a explosão com eletricidade.

O equipamento foi desenvolvido para poupar combustível e cumpre bem sua tarefa. Segundo a Smart, a versão mhd do Fortwo roda em média 23,2 km/l, resultado que nenhum carro nacional é capaz de alcançar. Também pudera, o modelo é impulsionado por um motor traseiro de 999 cm³ (mais um pouco era 1.0) com apenas três cilindros em linha. E, por se tratar de um carro de apenas 750 kg, ele até tem um desempenho razoável com seus 71 cv e 9,3 kgfm de torque. Mas o seu preço, apesar de ser a versão de entrada da marca no Brasil, ainda é de carro grande: R$ 49.900.

Como é ser pequeno?

Antes de malhar seu preço, vamos tentar encontrar motivos para justificá-lo. Comparado ao Fortwo “normal” (à venda por R$ 61.200), o modelo de nosso teste tem 13 cv a menos por não possuir turbocompressor em seu “motorzinho”. Entretanto, não pense que isso é ruim. Quem já andou nos dois notará que o mhd é, por assim dizer, mais controlável. Turbinado, o Fortwo fica muito arisco. Aspirado, as respostas são mais parecidas com a de um carro convencional, tornando a condução mais simples. Mas o câmbio automatizado...

Quem se incomodou com os trancos das transmissões automatizadas dos carros nacionais – Fiat com o Dualogic, VW com o I-Motion e a GM com o Easytronic – vai perder a cabeça ao dirigir o Smart. As marchas – 5 ao todo – demoram para serem trocadas no modo robotizado e quando isso acontece a mudança é acompanhada de um solavanco abrupto que eleva a trinca Dualogic/I-Motion/Easytronic ao paraíso. No modo totalmente manual, o “soluço” diminui, mas ainda há um delay nas trocas.

Efeito estufa

Voltemos ao Stop/Start. É curioso o funcionamento do sistema, mas sua cautela em ser econômica às vezes é exagerada. No anda-e-para do trânsito pesado, o carro silencia todas as vezes em que o freio é acionado para logo em seguida ser ligado novamente. Haja motor de arranque. Mas o sistema é esperto e detecta esse tipo de situação, cortando o funcionamento constante do equipamento. O problema é que esse vai-e-vem é nítido e incomoda com o tempo. Agora, imagine estar a bordo do Fortwo em meio a um congestionamento ao meio-dia. O sistema Start/Stop, além de desligar o motor, diminui a eficiência do ar-condicionado promovendo um imenso efeito-estufa na cabine e aí não existe idealismo ecológico para suportar o calor. Com o tempo, você acaba preferindo desligar o sistema e gastar um pouco mais de gasolina a colaborar com o bolso e a atmosfera.

Mais curioso ainda é dirigir o Smart. É preciso se acostumar com o fato do vidro traseiro estar logo atrás de sua cabeça. Muda-se toda noção de espaço. Carros que vêm atrás de você se aproximam tanto que a impressão é que todo mundo lhe pressiona para andar mais rápido no trânsito. Contudo, a suspensão do Fortwo ainda não está devidamente adequada ao castigado asfalto brasileiro. Qualquer buraco e o amortecedor demonstra trabalhar no limite de seu curso, batendo seco. Assusta ainda mais levando em conta o tamanho diminuto das rodas aro 15” calçadas nos frágeis pneus 155/60 na frente e 174/55 na traseira. Mais uma coisa para se acostumar: o carro não vem com estepe. Em seu lugar uma máquina infladora enche o pneu e reveste sua parte interna com uma substância tapa-furos.

Carro caro, acabamento simples

Além de perder o turbocompressor, o Fortwo mhd dispensou também outros itens para reduzir seu preço final. Foram para o brejo os charmosos instrumentos do conta-giros e relógio analógico no alto do painel, ajuste eletrônico dos retrovisores externos, controle eletrônico de estabilidade (ESP) e a direção hidráulica. A sorte é que o carro é leve e pequeno, fazendo com que sua direção, mesmo sem assistência, não seja tão pesada. Por outro lado, freios ABS e airbag duplo foram mantidos.

Mesmo sendo um carro exclusivo – a unidade avaliada é mais ainda: um Brazillian Edition, série limitada em 300 unidades – o Fortwo mhd por dentro é puro plástico. Por um valor semelhante ao que se pede por ele é possível comprar um versátil Chevrolet Astra ou quem sabe até o descolado Kia Soul. Espera-se mais de um carro de R$ 49.900, ainda mais quando ele tem meros 2,69 metros de comprimento e que leva apenas dois ocupantes. Ainda bem que os donos do Fortwo geralmente têm outro carro (maior) na garagem.
Fonte: iGCarros

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